Algo que me fascina no perspectivismo aplicado a análise de redes é que não importa como você acha que se posiciona, mas sim como os outros atores te entendem. Nos atentados, Bolsonaro tava lá: era um dos atores de destaque entre terroristas antes mesmo de se manifestar. Como?

Bolsonaro não precisou se manifestar até às 21h, mas desde o início ele estava lá, sendo marcado, admirado pelos terroristas. Por que? Porque o próprio bolsonarismo o ENTENDE como um dos idealizadores do golpe. Tudo o que ele faz é ENTENDIDO como um convite ao golpe.
E isso é resultado de um posicionamento construído pelo próprio Bolsonaro para o próprio bolsonarismo. Foi o que Jair Bolsonaro alimentou ao longo dos últimos anos visando manter seu capital político.
Assim, invariavelmente, a disputa pelo espólio bolsonarista nas redes passa por sinalizações que se assemelhem ao que foi, ao longo dos anos, estimulado pelo próprio Jair Bolsonaro: a intolerância, o caráter golpista das manifestações.
