Tragédia no RS: um debate que ignorou a dinâmica da polarização

Dado interessante: perfis ligados diretamente a política representaram apenas 18% das interações no IG citando o RS nas últimas 24h. Destes, apenas Lula e Janja (6% do todo) tiveram de fato alguma relevância em campanhas de solidariedade envolvendo o estado. E os outros 82%?

São atores não-polarizados que se engajam sem sinalizar para a polarização como refúgio de engajamento. Existe uma espécie de “antropofagia” interna à polarização que busca atalhos e se retroalimenta para tentar ser relevante no debate, mas se isolando ainda mais. Como?

Por meio de temas que geram um engajamento desproporcional dentro da polarização, mas que passam a margem do debate geral que ocorre neste momento sobre o RS, debate este pautado principalmente a partir de campanhas de solidariedade.

O excesso de informações falsas, confusas e não apuradas podem ser encarados não como causa, mas principalmente como efeito dessa irrelevância de atores centrais neste debate, sejam bolsonaristas, parte da imprensa e até mesmo alguns influenciadores.

Resumindo: com exceção da presidência que carrega um peso enorme (online e offilne), o campo político-partidário registra uma participação ínfima no debate sobre o RS. Para além de nossas câmaras de eco existe vida – e bom senso – que ignora a polarização política nas redes.

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