A substituição da catarse pelo flow como elemento central para a ascensão de novas mídias é ponto central em um estudo que nos ajuda a compreender as dificuldades que o bolsonarismo enfrenta ao lidar com a #CPIdaCOVID. Explico:
Para ver o grafo em alta resolução clique aqui!
De modo geral, o que orientaria as redes sociais não são momentos de catarse, mas sim um flow, um fluxo de informações constante. O mesmo aconteceria hoje com a #CPIdaCOVID.

O bolsonarismo soube se aproveitar dessa noção de flow para disputar as redes. A ausência de uma catarse sempre fomentou o engajamento desse cluster. A narrativa bolsonarista, adaptada, pauta o debate, sem desfechos e sem catarses, em uma incessante sobreposição de temas.
A CPI representa um entrave para essa tática, uma vez que apresenta muitas características do flow. São convocações, depoimentos e atores focados em desmentir os depoentes sempre que necessário. Mais importante: esses usuários hoje entendem a importância dessa disputa.
Setores importantes da imprensa não compreenderam e se desesperam com a condução dos trabalhos. Outros atores, como Renan Calheiros, entenderam esse ponto de virada e fomentam esse movimento. Fato é que, hoje, o bolsonarismo enfrenta nas redes o que era um de seus trunfos.
O estudo está presente no livro The Digital Plenitude: The decline of Elite Cutlure and the Rise of New Media do pesquisador Jay David Botler.

Que material bacana Pedro e Carina!!! Como faço para acompanhar essas nuvens de citações em redes sociais?
CurtirCurtir